Não é por nada que a chamam de “A Linda”. Salta é um oásis cultural no norte da Argentina, repleta de costumes locais, gastronomia e paisagens imponentes.

A 200 anos da morte de seu máximo herói Martín Miguel de Güemes percorremos as experiências imperdíveis para entrar no coração salteño. Da música passando por pratos típicos, estes são alguns imperdíveis para entrar de cabeça nesta cultura.

Salta é linda por sua gente, pela magia de suas coloridas montanhas e infinitas paisagens.

Ela é linda porque apaixona com suas tradições, criações culinárias, arquitetura colonial e terras carregadas de história.

Linda porque esse é o melhor ‘apelido’ que poderia se encontrar para ilustrar a essência de Salta.

A origem real de seu nome esconde teorias aborígenes e vocabulários em outras línguas. Além das lendas, tem uma coisa que é certa: ela é a oitava província mais povoada da Argentina e dona de tesouros incríveis.

Viajar a Salta é uma passagem garantida a terras ancestrais decoradas com tons de vermelho, montanhas, vulcões, desertos, cavernas, vales e selvas.

Os 155.488 quilômetros quadrados do território são uma Meca do turismo regional e atraem aventureiros de todos os lugares do mundo.

Mas, além de suas paisagens saídas de um conto de fadas, sua verdadeira joia se esconde por trás de algo ainda mais profundo e peculiar: sua fascinante cultura. E a melhor maneira de vivê-la é através destas sete experiências, que vão te conectar com as raízes salteñas.

Confira abaixo uma por uma e não deixe de conhecê-las quando for visitar Salta, na Argentina!

O QUE FAZER EM SALTA NA ARGENTINA:

1. DESFILE DE GAUCHOS DE GÜEMES

Todos os anos, no dia 17 de junho, Salta se veste com suas melhores cores para honrar um dos personagens mais queridos da província, o General Martín Miguel de Güemes.

Este comandante entrou para a história por sua participação fundamental durante a Guerra da Independência da Argentina, entre 1810 e 1824. Ele liderou a Guerra Gaucha, composta por gauchos conhecidos como “Los Infernales”.

E, entre suas tantas façanhas, deteve invasões do exército espanhol que mais tarde decantaram na tão esperada Independência. Então sobram motivos para ele ser considerado um herói nacional.

Justamente por isso, os salteños decidem lhe fazer uma homenagem no dia de seu falecimento com desfiles que resumem a cultura do norte com perfeição: vestimentas, gastronomia, música, dança e um tributo à pátria.

Os gauchos passeiam pelas ruas da capital montados a cavalo e vestidos com os clássicos ponchos vermelhos, meias bordadas e botas de couro.

Este icônico desfile conta com autoridades nacionais e provinciais que formam filas para dar uma saudação patriótica apresentando suas armas em frente ao Palco Central.

Então, na véspera de cada 17 de junho os moradores se reúnem para fazer fogueiras ao redor do monumento que o recorda, cantando e contando relatos que carregam anos de história.

2. IR A UMA PEÑA

Segundo conta a Wikipédia, a palavra peña tem origem no mapuche, povo que vive em partes dos territórios do Chile e Argentina. Peña vem de peñalolén, expressão que significa “reunião entre irmãos”, ou seja, entre hermanos.

Elas são reuniões em formato de festa, regadas a muita música e dança. As famosas peñas salteñas têm vida própria e levantam até os mais tímidos dos seus lugares. Porque seus pés acompanharão o ritmo e sua música folclórica será sentida em cada parte do seu corpo. Então curta este espetáculo!

Ela é muito famosa em toda a Argentina. Por isso, fica fácil participar de uma delas em praticamente em qualquer lugar de Salta.

Na capital, de nome Salta também, a rua Balcarce faz as honras de proporcionar uma autêntica noite: dança ao vivo, degustação de pratos típicos e muita música. Além disso, o passeio pela rua de pedestres – a poucos quarteirões da Praça principal – é um programa super bacana.

A peña mais conhecida é a de Balderrama, porque foi a primeira a abrir, há mais de 50 anos e concentrou em suas paredes os mais memoráveis bailes. Mercedes Sosa, a maior expoente da música folclórica na América Latina, imortalizou o lugar em uma de suas canções: “Lucero, solito, brote del alba, dónde iremos a parar si se apaga Balderrama”.

3. DEGUSTAR OS PRATOS TÍPICOS DE SALTA

Porque uma viagem à Argentina não está completa se você não provar sua deliciosa comida (pelo menos eu acho!).

E Salta tem todos os componentes para tornar sua viagem em uma aventura gastronômica. Para isso, sugiro que você prepare suas papilas gustativas para experimentar as receitas salteñas: barriga cheia, coração contente.

Mas o prato mais querido da Argentina, a empanada, encontra sua melhor versão com recheios e dobras do norte.

Porque a particularidade deste clássico argentino na região conta com uma impecável combinação de seus ingredientes. Como por exemplo, carne cortada com a faca, cebola bem picadinha, batata, pimentão doce, cominho, pimenta moída, ovo cozido e cebolinha.

Essa mistura de sabores dentro da meia-lua, conquista todos os comensais.

Além das empanadas, outros pratos imperdíveis são o locro (tradicional cozido pré-colombiano à base de milho, abóbora e feijão), os tamales e as humitas.

Ah, e tem mais! Para completar o circuito, Salta é um destino ideal para os amantes do enoturismo. Porque sua uva insígnia, a Torrontés, harmoniza perfeitamente com toda a gastronomia e é colhida em paisagens de altura espetaculares.

4. VISITE OS MUSEUS DE SALTA

Fica fácil conhecer a história de Salta através de seus museus. Cada um deles conserva uma parte da cronologia local, com o objetivo de preservar a cultura de povos originários e promover o conhecimento da história que a província viveu.

O mais famoso é o Museu de Arqueologia de Alta Montanha, dedicado à antropologia andina. Sua popularidade se deve à obra que ele guarda: os Meninos de Llullaillaco, uma das maiores descobertas arqueológicas dos últimos anos. Em 1999 foram encontrados três incas mumificados perfeitamente conservados com mais de 500 anos, junto com diferentes objetos que datam de épocas passadas.

O Cabildo de Salta, com mais de 200 anos de história dá abrigo ao Museu Histórico do Norteperfeito. Ela fica no coração da cidade, pertinho da casa museu do General Martín Miguel de Güemes, onde ele viveu com a família. Em 2010 o Governo de Salta adquiriu a propriedade, a renovou e deixou pronta para visitas.

5. CONHEÇA AS FEIRAS DE ARTESANATO

Aqui você encontrará cestas, tecidos, cerâmica, artesanato em madeira, ponchos e muito mais.

Todos feitos a mão, com técnicas milenares que passaram de geração em geração e se transformaram em parte da tradição do Norte.

Além disso, os produtos contam, em sua maioria, com excelente qualidade, materiais e elementos naturais. O artesanato em Salta é parte do patrimônio cultural, que se encontra em cada lugar da cidade e nos povoados. Ou seja, esse artesanato é um (auto) presente perfeito como souvenir de viagem.

Mas onde eu devo fazer uma parada obrigatória na capital? Não deixe de visitar o Mercado Artesanal e na Feira da Praça Güemes.

Ele fica em uma casa colonial que abriu suas portas em 1968 e se consagrou como uma sede que reúne de instrumentos musicais à gastronomia. Além disso, os produtos têm um Certificado de Autenticidade, garantindo a qualidade e a origem de cada um deles.

Nos fins de semana também funciona a Feira da Praça Güemes, uma festa de cores e texturas na quale participam mais de 100 artesãos.

6. ROTA DO VINHOS MAIS ALTA DO MUNDO

Que tal passear em um trem a 4220 metros de altura? Nessa aventura, você poderá apreciar as montanhas e a capital de cima. Ela é a rota do vinho mais alta do mundo. Por isso que viajar por esta província tem seu encanto, nós já sabemos, mas conhecê-la do alto potencializa ainda mais a sua experiência. Você concorda?

Um dos lugares mais visitados de Salta tem fama por ser uma amostra de engenharia impressionante do século passado. Ah, e por estar a apenas 4220 metros sobre o nível do mar. Ele se chama de Trem das Nuvens e nasceu em 1972. Atualmente ele percorre 216 quilômetros através de túneis, viadutos, pontes e uma paisagem que deslumbra com tons de vermelho.

É o terceiro trem mais alto do mundo e um passeio que não pode faltar no seu itinerário. As lendas locais o reconhecem como o transporte entre a terra e os sonhos.

Em pleno centro de Salta Capital também está a opção de se aproximar das nuvens, desta vez com um teleférico que finaliza seu trajeto no Cerro San Bernardo, declarado Reserva Nacional Municipal. Qual a recompensa? Lá de cima você terá uma linda vista de toda a cidade, em um cartão-postal que termina com as montanhas no fundo.

E, por fim, para combinar luxo com altura, nada melhor do que os vinhos salteños. A Rota do Vinho da província é a mais alta do planeta, que fica entre 1750 e 3050 metros sobre o nível do mar. Suas condições climáticas e sua terra transformam em um lugar ideal para a colheita da uva.

Então viaje 189 quilômetros partindo de Salta até Cafayate para visitar o destino perfeito do enoturismo.

7. DESCOBRIR SUAS ICÔNICAS E COLORIDAS IGREJAS

As cúpulas e fachadas das igrejas normalmente são parte do circuito turístico em qualquer cidade. E a cidade de Salta não é exceção, muito pelo contrário. Porque, além do significado próprio de cada uma delas, as igrejas salteñas estão carregadas de cores que captam rapidamente o olho de qualquer fotógrafo.

A Igreja de São Francisco, declarada Monumento Histórico Nacional, é parada obrigatória no percurso. Sua combinação de tonalidades amarelas e vermelhas, junto com seu incrível campanário de 54 metros – o mais alto da América do Sul -, fazem a marca registrada da cidade.

Mas para contrastar com essas cores, a igreja Nossa Senhora da Candelária de la Viña também tem seu lugar no pódio pelos mesmos motivos: seu campanário de 44 metros e uma porta que combina azul com vermelho e amarelo.

Por fim, vem a Catedral de Salta que também faz parte do espetáculo com suas cores da fachada. Mas também possui em seu interior o Panteão das Glórias do Norte da República, um espaço onde se encontram os restos mortais de personagens emblemáticos da história de Salta. Entre eles, o General Martín Miguel de Güemes.

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*Texto Inprotur Argentina, editado pela Equipe Garfo & Mala

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